quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Calma

Só quando me rodeio de calma,
E faço do silêncio e da imensidão
O lar da minha alma,
O meio do meu ser…
Só então vivo, só então vou,
Despojada de quereres,
Isenta de desejos e de quaisquer haveres,
Mera vertigem levada pelo muito do que não sou,
Ao encontro da liberdade.

E porque não me defino,
Navego no seu seio e entendo as marés.
Sei das fases da lua e dos ventos do norte,
Sei da divindade
E da semente em que germino,
Entendo os mundos e a verdade…

Afasto-me assim da sorte gerada pelo homem,
Imune ao mais ínfimo revés,
Porque o verso e o reverso
Da medalha que o homem tão bem engendrou
São farinha do mesmo saco,
São a própria ilusão, a própria falsidade,
Que sempre o alimentou…

Quando cesso de ser
Sou!
E neste findar está o início e o fim
Do que não principia nem acaba,
De tudo o que houve, há, e vai haver
P’ra além de mim!

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