sábado, 25 de setembro de 2010

Só, completamente só,
Tendo-me apenas a mim mesma por companhia,
Deixo que o rio da vida siga o seu curso,
Deixo que a água serena da verdade
Percorra cada canto do meu ser,
Cada espaço recôndito e obscuro
Que jamais ousei trazer à luz do dia…
Deixo que o canto das águas
No seu correr infinito e eterno
Me ajude a escutar
O pranto contido do sofrer…
Deixo que apague o inferno
De um vazio incompreendido
E que nutra o solo de um silêncio
Imenso que quero compreender…
Só, comigo mesma,
Num aparente penar,
De um estado amorfo e frio
Renasço como água, como rio,
E no leito do meu sentir
Que por instantes se volve sensível e terno
Descubro, dentro de mim
Toda uma vida todavia por nascer…

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