segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Charlie e as trevas




Paris, a cidade da luz, mostrou-nos ontem como a humanidade se afunda, cada vez mais, na escuridão. De olhos bem fechados, de cérebro imbecilizado, adormecidas pela manipulação, milhões de pessoas dançaram ao ritmo da música que os Senhores das Trevas tocam. Dançaram, dançam e dançarão, sem se aperceberem que estão à beira do abismo...

Urge despertar...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Eu NÃO sou Charlie!





Um jornal decide ridicularizar um ícone religioso dos povos islâmicos. Fá-lo durante anos. Dois  extremistas  decidem  pôr  cobro  ao  escárnio.  Doze mortos. Um nazi assumido, de nome  Breivik, de  fortíssimas  convicções  de extrema-direita, decide exterminar 77 pessoas.

Os primeiros, por serem muçulmanos, são fundamentalistas, extremistas, assassinos, embora tenham sido provocados, nas suas convicções religiosas, anos a fio pelos Charlies. O segundo, por ser ocidental, e apesar da ignóbil mortandade que perpetrou, teve psiquiatras que provaram que estava doente no dia em que chacinou as 77 pessoas e é tido como insano…

Dois pesos, duas medidas. O mundo inteiro, imbecilizado pela subtil formatação do ocidente manipulador, ergue-se contra os dois extremistas muçulmanos. É maior a guerra que o ocidente faz contra o Islão, e cada vez mais crescente o ódio que lhe cultiva, do que a guerra que o pretenso Estado Islâmico trava contra o ocidente.

Durante décadas, a nação mais podre e mais cruel do mundo, os EUA, invadiu, chacinou, subjugou, violentou, roubou e desrespeitou países islâmicos. Não o fez em nome de um profeta. Desceu muito baixo: fê-lo em nome dos deuses Dinheiro, Poder, Ambição!

Indignem-se, choquem-se, chorem, vocês, os que agora se manifestam com a ridícula cantilena do "Je suis Charlie", mas façam-no por vocês próprios e por todos aqueles que têm os olhos fechados, já que não conseguem ver a fabricação e as maquinações do verdadeiro Mal. Ensinam-vos sub-repticiamente a odiar e vocês, títeres imbecilizados, odeiam pensando que são tolerantes, que são democratas e, sobretudo, que são livres. Que ilusão tão conveniente…

Indignem-se contra o governo nazi da Ucrânia arranjado pelos EUA; indignem-se contra os grupos armados pelos EUA que continuam o plano de destruição da Síria; choquem-se com o genocídio perpetrado por Israel na faixa de Gaza, atrocidade à qual os EUA fecham os olhos porque prevalecem os altos interesses sionistas; indignem-se contra a fome, contra a patenteação das sementes, contra a manipulação genética dos alimentos, contra a privatização da água, contra a expulsão de tribos inteiras em África para construção de parques privados de caça, contra a desflorestação da Amazónia, contra o capitalismo selvagem. Podia continuar a dar exemplos destes até à exaustão mas de nada adiantaria. Banalizaram-se todas estas ignobilidades…

Quem é melhor do que quem? Tu és melhor do que eu? Eu sou melhor do que tu? Vocês são melhores do que eles? É desolador constatar, a cada instante que passa, a profunda ignorância, a abissal estupidez, a incomensurável ambição e o infinito egoísmo da sociedade actual…

Não, eu NÃO sou Charlie.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo




Vingança, um sentimento muito próprio da natureza humana. Assim como o ódio, o apontar o dedo, a culpabilização do outro. Nunca é culpa nossa. Somos todos santos. Os outros, esses sim, são os demónios que existem apenas para atormentar-nos.

Acho que seria tempo de acabar com a estupidez. Sim, porque será o ser humano tão estúpido que não tenha noção de que qualquer efeito tem a sua causa? Será o ser humano tão estúpido que julgue que pode zombar de outros e que esses outros apenas esboçarão um sorriso inócuo? Está na hora de crescer. A humanidade precisa urgentemente de amadurecer, de dar um salto qualitativo e avançar, de uma mentalidade absolutamente rude, tosca e imbecil, em direcção a um novo paradigma onde impere a sensatez, a inteligência, o respeito pelo outro. O outro sou eu, és tu, somos todos. E todos somos um.

Inteligente será todo o ser humano que, imbuído de amor ao próximo, gere causas benéficas que provoquem efeitos nobres. Por agora, e a existir, um ser humano assim será a excepção à regra. E a regra é o que todos vemos, mas poucos entendem: uma imensidão de bestas com pretensões a humanos, sejam eles de que religião forem, de que raça forem, de que cor política forem. São apenas bestas sem discernimento…

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Bestialidades




Olhei para o parque de estacionamento. O usual. Lugares normais, uma boa dúzia deles, e dois lugares para aqueles considerados deficientes. Começaram a chegar. A primeira besta que apareceu, montada num belo carro, achou por bem estacionar por cima da linha divisória. Uma ocupação menor do que dois lugares seria inconcebível para egos que se espelham em veículos automóveis e smart phones. A segunda besta chegou, também num bom carro, acelerado e com pressa, tal como convém a quem se tem por importante. Estacionou na diagonal, ocupando dois lugares. Saiu à pressa do carro, boné com a pala para trás, calças a escorregar pelas nádegas abaixo. A terceira e a quarta bestas, muito, muito deficientes a nível neuronal, estacionaram placidamente, nos lugares destinados aos deficientes motores, os seus BMW e Mercedes respectivamente. A quinta e última besta (não tive paciência nem estômago para continuar a minha curiosa observação) entra no parque em contra-mão. Procurando um lugar que tardava em encontrar, continuou pelo parque fora sempre no sentido contrário das setas pintadas no chão. 

Esta bestialidade será só epíteto dos lusos ou estender-se-á por esse mundo fora?





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